sexta-feira, 26 de junho de 2009

PSICANÁLISE





desde pequenos aprendemos a fazer de conta que não vemos um mundo de coisas frequentes e desagradavéis, feitas pelos outros e por nós mesmos;
cedo aprendemos que ver os lados fragéis, mesquinhos, os vícios e defeitos das autoridades que nos cercam, é uma atividade bastante perigosa;
por isso faz parte da nossa educação implícita, primeiro deixar de falar destas coisas;
depois, com o tempo aprendemos a fazer de conta que não vemos estas coisas, aí nossa educação alcançou a perfeição;
diremos então que faz parte da nossa educação apagar nossa iluminação - isto é,nos tornar cegos frente a elementos importantes da realidade;
a iluminação, portanto, não é uma conquista, é uma reconquista de nossos olhos, de nosso corpo, de nossa consciência;
negamos o sexo além de todo o imaginavél;
nega-lo é negar a vida e afirmar a morte;
somos todos corretos, bonzinhos, justos, compreensivos, participantes...
mas toda nossa história e todo nosso presente nos dizem que somos cruéis, maldosos, desconfiados, invejosos, despeitados, rancorosos, vingativos ...
quando estivermos convencidos disto, talvez a terra se torne habitavél e a espécie viavél;
nosso destino natural é a iluminação;
a maior parte das forças de repressão social concentra-se contra a visão;
é muito saudável socialmente a gente falar muito pouco daquilo que está vendo;
é tão perigoso dizer o que a gente está vendo que a maioria das pessoas acabam convencendo á si mesmas que não estão vendo o óbvio;
trevas: é preciso cegar todas as crianças para que elas sejam como nós;
a tradição sagrada: somos todos cegos tagarelas que ao arrumar palavras acreditamos estar arrumando as coisas e ao arrumar números, acreditamos estar fazendo justiça social... não nos resta outra coisa - depois da cegueira;
maldição!!!

madisson do nascimento souza
a partir de texto de gaiarsa